quarta-feira, 1 de junho de 2011

Prefácio

A Lua das Fadas
De Eddie Van Feu

Prefácio

            Era uma sala de móveis avermelhados e estantes repletas de livros de muitas histórias. Bianca já lera muitos deles e viajara em navios piratas e cavalos com asas. Não sabe dizer se o hábito de viajar nas letras veio de sua mãe ou de seu pai, já que ambos amavam livros, mas sabia que amava livros tanto quanto eles. Talvez até um pouco mais, já que quanto mais os lia, mais sentia a necessidade urgente de viver algumas de suas aventuras. O problema é que viver as aventuras em sua mente já não lhe aquecia tanto o coração. A cada livro, a cada página, a cada ato heróico, ela se decepcionava um pouco mais com a mesmice do mundo trivial. Onde estavam os heróis? Onde estavam os grandes feitos? Onde estava toda aquela emoção que as histórias lhe traziam?
Talvez por esse anseio pela emoção, talvez por essa urgência de viver os mistérios e fantasias das histórias, lia agora um livro totalmente diferente, um livro que todos que conhecia na escola diziam ser perigoso, um livro que poderia lhe contar tudo o que quisesse saber, se tivesse coragem para perguntar.
Naquela tarde de primavera, quando uma brisa fresca levava o perfume dos jasmins do jardim para dentro de sua casa, Bianca dava o primeiro passo para os mistérios do famoso e mal falado tabuleiro oui-ja. Mas ela não estava sozinha. Sua curiosidade tinha um limite, assim como sua coragem. Sempre que tinha uma nova aventura ou descoberta, não se metia nessa sozinha. Por isso, naquela tarde de primavera, Bianca estava com Analice, sua melhor amiga.
            Analice não era tão curiosa quanto Bianca, mas era tão tímida e insegura que, se não fosse a amiga, ainda estaria lanchando sozinha na escola e passaria seus domingos vendo programas de auditório com sua tia. Analice morria de medo de metade das coisas malucas que Bianca lhe apresentava e não acreditava na outra metade, mas não tinha coragem de lhe dizer isso. E se a amiga se cansasse dela e fosse embora? Tantas pessoas já foram embora de sua vida que Analice estava disposta a aturar algumas esquisitices para evitar que isso acontecesse de novo. Isso incluía assistir realities shows insuportáveis com sua tia, fazer dieta quando estivesse com sua mãe e comer sanduíches quando estivesse com seu pai. Ah, sim, e participar de alguns rituais estranhos com sua melhor amiga.
            E lá estavam elas, melhores amigas tentando fazer uma experiência macabra. Queriam falar com os mortos. Por isso, compraram numa banca de jornal um livro de aparência assustadora que acompanhava o tabuleiro oui-ja, o telégrafo dos mortos. Leram as instruções, planejaram com detalhes como fariam e, agora, finalmente, davam início à experiência. As cortinas foram fechadas, uma vela foi acesa e as meninas respiraram profundamente. Analice observou Bianca. Gostaria de ser como ela (mas nunca a deixaria saber disso). Bianca sempre parecia saber o que estava fazendo.
Mas a verdade é que Bianca nunca sabia o que estava fazendo...


7 comentários:

  1. Eddie, ameeei!
    To louca de vontade para saber o resto da história!

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  2. Adoreiii Eddie, não vejo a hora de ler o restante, muito sucesso pra vc!!!

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  3. Eddie,

    Lendo esse pequeno trecho, me da a certeza que esse livro será emocionante...

    beijos
    8)

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  4. Com certeza o livro é muito bom. Parabéns Eddie, por mais esse feito. Vou voando comprar o meu...Abraço.

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  5. amei, parabéns eddie! não vejo a hora de terminar de ler este livro! estou curiosa para saber o resto da história!

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  6. Eddie, que narrativa deliciosa e mágica! Totalmente envolvente... tb já visualizei na telona instantaneamente PARABÉNS♥ tentei postar um comentario ontem porem me atrapalho com a url,mas tudo bem imantei a página com muito carinho, e a energia chegará assim mesmo hehehe, beijOMMMMMM Branca Helena

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  7. Bom Eddie acabei de ler o livro neste momento e ainda estou enxugando as lágrimas, a história é linda e as mensagens nas entrelinhas... bom algumas foram alguns puxões de orelha que eu estava precisando, eu sei que o que vou escrever agora é óbvio e como dizia minha vó "é chover no molhado" mas você tem o dom poucos autores conseguem me fazer chorar. Beijos com cheiro de maçã

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